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3 de janeiro, 2025
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LIVROS E LIVRARIA… DE NOVO!

No dia 07 de janeiro, comemora-se o Dia Mundial do Leitor- esse espécime cada vez mais raro, a não ser que consideremos “leitor” o povo que lê mensagens de celular o tempo todo… mas essa é uma outra história.

Bem, acho bacana que haja uma data, embora ela nem sempre seja lembrada. Na escola, a gente comemorava o Dia da Árvore, no 21 de setembro (data meio esquecida também), e o Dia do Livro (23 de abril). Três datas bem interligadas, se considerarmos que o papel vem da árvore etc.

Agora, leio uma notícia sobre um cidadão americano, lá do Texas (só podia!) que, ao entrar numa livraria chamada Book People, reclamou numa rede social (onde mais?): “Fui a uma livraria hoje. Eles têm uma sessão de livros gays maior do que a de livros de negócios. Não volto mais lá!”.

A Book People, em Austin, intitula-se “a maior livraria independente do Texas” e saiu-se muito bem na resposta ao suposto cliente nas mesmas redes sociais. Com o famoso emoji coberto por coraçõezinhos, a administração escreveu com ironia: “Guilty as charged” – expressão usada quando alguém assume que praticou algum ato ilegal. Algo como “culpado conforme acusado”. Ótima resposta!

Vai-se brigar com ignorante? Vai-se discutir com gente idiota? Claro que não! O melhor é fazer com que essa gente se sinta com a razão, pois não perceberá a ironia contida na resposta. O simples fato de ir a uma rede social e se queixar porque uma livraria vende mais um gênero de livro do que outro já um mau indício. É claro que, como qualquer assunto, esse dividiu as opiniões e provocou bafafá na internet, com gente a favor e gente contra o fulano reclamão.

Chegamos a um ponto em que, diante do desaparecimento de livrarias por conta da internet, deveríamos comemorar quando encontramos estabelecimentos que conseguem, vendendo livros, se manter abertos, gerando empregos. Os que gostam de passear por seus corredores, vendo e comprando os livros de suas prateleiras, agradecem e muito!

Imagino a luta e o idealismo de quem tem uma livraria hoje. Enquanto escrevo, fico lembrando da Livraria Belas Artes (ali na avenida Paulista, quase esquina com a Consolação), da Livraria Siciliano (especialmente a da rua D. José Gaspar, na qual comprei tantas revistas importadas), da Livraria Saraiva, da Livraria Brasiliense… todas extintas. Uma tristeza!

E agora vem esse povo desocupado se queixar de que “na livraria em que eu fui, havia mais livros disso do que aquilo. Não volto mais. Pronto! Estou de mal!”. Haja paciência para gente assim!

Como afirmou Goethe (1749-1832), célebre estadista e escritor alemão, “não há nada mais terrível do que a ignorância em ação”.

 

Vítor França Galvão
Vítor França Galvão
Ariano, professor de português e cronista, é fã de Rubem Braga, Cecília Meireles e Graciliano Ramos (na literatura), de Bruce Springsteen (na música) e Bette Davis e William Holden (no cinema). Gay desde sempre, adora chocolate, filmes clássicos e viagens - principalmente para San Francisco, na Califórnia. Ama seus irmãos e amigos e não dispensa boas e animadas reuniões com eles. Escreve como forma de tentar entender melhor as pessoas e a vida.

3 Comments

  1. Clarice keri disse:

    Haja paciência para tanto chato nesse mundo , que diga-se de passagem, está muito chato, ótima crônica, obrigada.

  2. Angelo Antonio Pavone disse:

    Olá Prof Vitor
    Ótima crônica. A ignorância está ao alcance de todos. Os idiotas dominarão o mundo, não pelo conhecimento, mas porque são muitos (Nelson Rodrigues).
    Não há salvação!!!!!
    Parabéns

    • Baltasar Macias Pereira disse:

      Gostei muito da frase abaixo:
      “não há nada mais terrível do que a ignorância em ação”.

      A ignorância nos Tempos Atuais parece que está se alastrando como fogo no mato.

      Fico assustado com o que anda ocorrendo no Mundo referente a maneira como muitas pessoas querem obrigar as pessoas a pensarem pela mesma cartilha.

      Realmente muito assustador o que ocorreu referente esta Livraria em Austin.

      Eu também gosto muito de ir nas raras Livrarias que existem e que falta que fazem.

      Tema bem Atual.

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